Quem é que não se lembra do polémico caso das mães de Bragança, em que as mulheres que subscreveram esta causa serviram de mote e fizeram as delícias de humoristas de programas de televisão, onde as “mães de Bragança” foram retratadas como matronas, desdentadas e de buço farto? Bárbara, é uma das brasileiras envolvidas no processo das casas de alterne de Bragança, e co-arguida no processo de 2002.
O Ministério Público (MP) acusou-a de oito crimes de lenocínio (fomento da prostituição) nas modalidades simples e agravada, um crime por cada uma das mulheres que se encontrava no local aquando da rusga.O advogado da Brasileira, Francisco Manuel Espinhaço, diz que é a primeira vez, em processos de bares de alterne encerrados em 2004, em que dois já foram julgados, que foi formalizada uma acusação de lenocínio agravado.
O MP acusou-a ainda de um crime de auxílio à emigração ilegal na forma continuada. A arguida aguarda julgamento em liberdade, com apresentação na PSP duas vezes por semana.
Em declarações ao JN , sobre a questão “Mães de Bragança versus Mulheres Brasileiras” Bárbara afirma que tem um projecto deveras interessante que poderá solucionar este tipo de situações.
Um espaço físico, dotado de profissionais de várias áreas com o intuito de ajudar tanto as “acusadas” como as “acusadoras” nos cuidados a ter com a sua imagem exterior, e também ajudá-las a nível psíquico. Este centro também serviria para todas as mulheres com problemas afectivos usufruírem deste espaço, partilhando e trocando experiências de vida, tanto a nível profissional como pessoal.
Bárbara, a promotora deste projecto, reitera que não está nem esteve contra as mães de Bragança, até admite que estas mulheres são incompreendidas e discriminadas pelos cônjuges e pela população local, e compreende esse tipo de atitude uma vez que ela também sentiu na pele a discriminação por ser “mulher da noite” e estrangeira.
[08-03-2006] NN
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