domingo, 5 de junho de 2005

“Professores sofrem de falta de identidade”

Ser professor nos dias de hoje é encarar uma vida nómada e não se reconhecido pela sociedade.
Num contexto mais rural, tanto professores como educadores são ainda reconhecidos pela importância da sua profissão e pelo papel social que assumem na sociedade. Mas, há muito que a docência tem vindo a ser conotada como uma profissão sem valor, onde numa sala de aulas imperam as regras dos alunos. Muitos sãos os casos dos professores que recorrem a aconselhamentos clínicos de médicos e psicólogos para enfrentar situações provocadas pela própria indiferença da sociedade e pela alteração do paradigma da profissão.
Miguel Riçou, psicólogo clínico e docente na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, afirmou no colóquio sobre “os valores éticos da psicologia e da educação” realizado pelo SEPLEU (Sindicato de Educação e Professores Licenciados pelas Escolas Superiores de Educação e Universidades), no auditório do Instituto Jean Piaget de Macedo de cavaleiros, na passada segunda-feira que “ a docência é uma classe pressionada e que não perdeu o seu papel social, pois trabalha numa área central, mas perdeu sim o seu reconhecimento social”. Docência essa que apenas vai ter o seu estatuto de profissão em 2007/2008, quando médicos, advogados, engenheiros e outros tiverem de abandonar o cargo de professores ou dedicar-se a ele a tempo inteiro.
Até lá, e segundo Carlos Silvestre, presidente do SEPLEU, os professores Têm de lutar pela constituição de uma classe social por “uma consciência de classe”. O objectivo é fazer da profissão de professores uma actividade com ética e deontologia.
Contudo, ser professor numa zona rural, essencialmente no interior, ainda é valorizado perante a sociedade e o meio envolvente. A recuperação da dignidade da docência poderá passar pela aposta na educação de infância e fazer formação a nível dos pais.
Uma profissão conotada pela sociedade sem valor e que passa por uma crise de identidade.
Miguel Midões 02-06-2005]

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