sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006

Relatório da DECO é preocupante: Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, Valpaços e Murça com água imprópria para consumo?!

A Associação para a Defesa do Consumidor (DECO) realizou um estudo, utilizando os dados do relatório publicado pelo Instituto Regulador de Águas e Resíduos (IRAR), relativos a 2004, e os resultados de análises complementares que efectuou em 2005. Ao todo, foram seleccionadas 50 localidades: 14 capitais de distrito e em concelhos com uma grande densidade populacional ou em concelhos em que eram repetentes nos maus resultados das análises.
E o relatório divulgado ontem na DECO PROTESTE n.º 267, revela que das 50 localidades analisadas, 12 revelaram ter fornecido, em 2004, água de fraca qualidade ou mesmo imprópria para consumo aos respectivos clientes.
Embora a lei seja omissa nesta matéria, a DECO PROTESTE investigou itens que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera possíveis candidatos na inclusão da lista de poluentes a pesquisar na água, dado aos efeitos na saúde. A água com micobactérias é principal meio de transmissão que origina infecções, principalmente nos pulmões. Nos processos de desinfecção alguns subprodutos utilizados deveriam também ser incluídos aos já existentes na lei uma vez que, os cloratos e os cloritos podem influenciar a oxidação dos glóbulos vermelhos, mesmo em doses bastante baixas. Em relação às endotoxinas, que podem provocar febre e diminuição substancial à resistência às infecções, vómitos e tensão alta, entre outros sintomas, também foram pesquisados e detectados neste estudo.
No Nordeste Transmontano, Macedo de Cavaleiros, Mogadouro, Valpaços e Murça foram os concelhos mais preocupantes, sendo que no concelho de Valpaços também revelou valores elevados de endotoxinas, que não devem ser ignorados.
Em resposta a este relatório os edis de Mogadouro e de Macedo de Cavaleiros afirmaram respectivamente que: "As análises encomendadas pela Câmara ao Laboratório Regional de Trás-os-Montes, feitas de 15 em 15 dias, não indicam nada de espacial. Pelo que não estou nada aflito. No verão passado, a Deco divulgou um outro estudo que apontava na mesma direcção, depois as análises mandadas fazer por nós indicavam sete ou oito coliformes por metro cúbico, o que não é preocupante" declarou Morais Machado e "isto é voltar outra vez à questão do arsénio, que ocorreu no final de 2004 e que foi resolvida, com a selagem das captações. Não tenho conhecimento de mais nenhuma ocorrência no concelho, está tudo a funcionar bem e a nossa água tem elevada qualidade", declarou Beraldino Pinto.
Este estudo revelou também que a nível nacional o principal problema é a contaminação bacteriológica e excesso de ferro, arsénio, manganês e alumínio.
[24-02-2006] NN

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