Cerca de uma centena de professores portugueses e espanhóis que participaram, em Bragança, ontem, dia 1 de Maio, no III Fórum Europeu da Educação, organizado pela Associação Nacional de Professores, reivindicam uma melhor formação académica e habilitações específicas para leccionar nas escolas do interior e também a necessidade premente de melhorar as instalações e equipamentos e a situação económica desses docentes, foram algumas das prioridades apontadas neste Fórum.
Os professores lançaram o desafio ao Governo para preservarem as escolas rurais havendo o risco de a maior parte encerrar devido à falta de alunos. A Escola de Rio de Onor, uma aldeia comunitária do concelho de Bragança, onde a população é metade portuguesa e metade espanhola que encerrou há já vários anos por falta de alunos, foi pedido neste III Fórum Europeu da Educação o empenho especial na sua reabertura.
Nas cerca de 7500 escolas do 1º Ciclo do país, 2099 têm menos de 10 alunos e em muitos concelhos, há dezenas de escolas com apenas um ou dois alunos efectivamente. Em declarações ao Jornal de Noticias, o secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, disse que um dos problemas da qualidade do ensino está relacionado com a grande rede de escolas existente, o que torna quase impossível que alunos e professores possam trabalhar em condições e conseguir bons resultados escolares e frisou que é urgente "racionalizar e reorganizar a rede do parque escolar para ter escolas com melhores condições”.
O Ministério da Educação juntamente com a Associação Nacional de Municípios Portugueses estão a trabalhar afim de encontrarem uma solução para melhorar a rede do 1º Ciclo, sendo este um dos níveis prioritários.
O prolongamento dos horários escolares até às 17h30 é uma das apostas do Governo.
"Sem hesitações", afirmou o secretário de Estado da Educação, deixando bem claro que no próximo ano lectivo todas as escolas que não tenham problemas de instalações vão funcionar com o novo horário. "Não é possível que as escolas funcionem de forma diferente da sociedade".
O Governo vai investir e apostar no combate ao insucesso escolar e ao abandono escolar sendo definidas duas prioridades, por um lado o aumento da qualificação, visto que 1,8 milhões de portugueses têm qualificações inferiores ao 9º ano e metade dos jovens não tem qualificação ao nível do ensino secundário, e por outro lado, vai insistir numa melhor qualificação, uma vez que os resultados actuais "são insuficientes para os objectivos do País” declara.
C.M [03-05-2005]
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