Nos últimos anos, a importância dos produtos hortícolas pré-preparados, onde se incluem as saladas prontas a comer, como fonte de microrganismos causadores de doenças, tem sido destacada pela ocorrência de surtos nacionais/internacionais.
Embora alguns estudos demonstrem a importância da cadeia alimentar na transmissão de bactérias resistentes a antibióticos, o contributo de alimentos de origem vegetal nesta problemática permanece pouco conhecido.
Foi neste contexto que investigadores do Porto – Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação (Patrícia Antunes) e REQUIMTE, Laboratório de Microbiologia da Faculdade de Farmácia (Joana Campos, Nazaré Pestana e Luísa Peixe) e Universidade Fernando Pessoa - Faculdade de Ciências da Saúde (Carla Novais) - desenvolveram um estudo para avaliar a qualidade microbiológica de saladas prontas a comer e determinar o seu eventual contributo para a disseminação da resistência aos antibióticos.
Neste estudo analisaram-se 50 saladas prontas a comer de 7 marcas vendidas em 5 supermercados Portugueses durante o ano de 2010. A maioria das saladas (84%) revelou qualidade microbiológica não satisfatória, segundos os critérios do Instituto Nacional de Saúde.
Embora não tenham sido detectadas bactérias causadoras de doenças de origem alimentar (Salmonella e Listeria monocytogenes), 28% das amostras de saladas apresentaram bactérias indicadoras de contaminação fecal (coliformes, Escherichia coli e/ou Enterococcus) resistentes a diferentes classes de antibióticos.
De salientar que para diferentes antibióticos com interesse terapêutico verificaram-se taxas de resistência equivalentes às encontradas em E.coli implicadas em infecções humanas, assim como a presença em coliformes de um gene de resistência redutor da eficácia de um dos grupos de antibióticos (β-lactâmicos) mais usados no tratamento de infeções.
Este estudo reforça a necessidade de um eficaz controlo microbiológico de produtos hortícolas pré-preparados, uma vez que é habitualmente recomendado o seu uso sem lavagem, desinfeção ou confeção.
O uso intensivo de saladas prontas a comer pelos consumidores actuais torna fundamental a implementação de medidas de prevenção da contaminação no local de produção e processamento, ou métodos finais de descontaminação (lavagem e desinfeção), de modo a evitar que este alimento possa constituir um produto de risco na transmissão de bactérias com relevância clínica e/ou de genes de resistência que podem condicionar a eficácia da antibioterapia.
A relevância e actualidade deste tema, este estudo foi reconhecido com a 1ª Menção Honrosa dos Nutrition Awards na categoria “Qualidade e Segurança Alimentar”, sendo uma forma de divulgação do trabalho efectuado por este grupo de investigadores na área da resistência aos agentes antimicrobianos, considerada actualmente, a nível mundial, uma prioridade em segurança alimentar.
Patrícia Antunes, Carla Novais e Luísa Peixe (Nutricionistas)
Embora alguns estudos demonstrem a importância da cadeia alimentar na transmissão de bactérias resistentes a antibióticos, o contributo de alimentos de origem vegetal nesta problemática permanece pouco conhecido.
Foi neste contexto que investigadores do Porto – Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação (Patrícia Antunes) e REQUIMTE, Laboratório de Microbiologia da Faculdade de Farmácia (Joana Campos, Nazaré Pestana e Luísa Peixe) e Universidade Fernando Pessoa - Faculdade de Ciências da Saúde (Carla Novais) - desenvolveram um estudo para avaliar a qualidade microbiológica de saladas prontas a comer e determinar o seu eventual contributo para a disseminação da resistência aos antibióticos.
Neste estudo analisaram-se 50 saladas prontas a comer de 7 marcas vendidas em 5 supermercados Portugueses durante o ano de 2010. A maioria das saladas (84%) revelou qualidade microbiológica não satisfatória, segundos os critérios do Instituto Nacional de Saúde.
Embora não tenham sido detectadas bactérias causadoras de doenças de origem alimentar (Salmonella e Listeria monocytogenes), 28% das amostras de saladas apresentaram bactérias indicadoras de contaminação fecal (coliformes, Escherichia coli e/ou Enterococcus) resistentes a diferentes classes de antibióticos.
De salientar que para diferentes antibióticos com interesse terapêutico verificaram-se taxas de resistência equivalentes às encontradas em E.coli implicadas em infecções humanas, assim como a presença em coliformes de um gene de resistência redutor da eficácia de um dos grupos de antibióticos (β-lactâmicos) mais usados no tratamento de infeções.
Este estudo reforça a necessidade de um eficaz controlo microbiológico de produtos hortícolas pré-preparados, uma vez que é habitualmente recomendado o seu uso sem lavagem, desinfeção ou confeção.
O uso intensivo de saladas prontas a comer pelos consumidores actuais torna fundamental a implementação de medidas de prevenção da contaminação no local de produção e processamento, ou métodos finais de descontaminação (lavagem e desinfeção), de modo a evitar que este alimento possa constituir um produto de risco na transmissão de bactérias com relevância clínica e/ou de genes de resistência que podem condicionar a eficácia da antibioterapia.
A relevância e actualidade deste tema, este estudo foi reconhecido com a 1ª Menção Honrosa dos Nutrition Awards na categoria “Qualidade e Segurança Alimentar”, sendo uma forma de divulgação do trabalho efectuado por este grupo de investigadores na área da resistência aos agentes antimicrobianos, considerada actualmente, a nível mundial, uma prioridade em segurança alimentar.
Patrícia Antunes, Carla Novais e Luísa Peixe (Nutricionistas)
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