O Douro, apesar da sua beleza, é uma das regiões mais atrasadas de Portugal e da Europa. Uma situação atávica que se arrasta desde o século dezanove e que nenhuma política ou político conseguiu definitivamente concertar.
Com uma propriedade estruturada em função dos interesses das empresas multinacionais produtoras de Vinho do Porto, o Douro é cada vez menos uma região de pequenos e médios viticultores, os mesmos que nos últimos 10 anos viram a sua situação económica e financeira deteriorar-se a um ritmo acelerado.
Este ano é particularmente difícil para todos aqueles que têm no vinho e no trabalho da vinha a sua principal fonte de rendimento. A Região Demarcada do Douro vai beneficiar 110.000 pipas de vinho, menos 13.500 que no ano anterior, reflectindo-se esta quebra numa problema particularmente sentido entre os pequenos e médios viticultores.
"Em muitos lares do Douro vão ter que comer o arrozinho com molho de tomate e uma sardinha para duas ou três pessoas. Sei que isto agride mas é a realidade que já vivem muitas famílias no Douro", salientou o presidente da CD à Agência Lusa.
A União de Sindicatos de Vila Real denunciou também as dificuldades sentidas por inúmeros trabalhadores agrícolas que vivem situações de "extremas dificuldades" com salários em atraso que em alguns casos atinge o oito meses.
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