A Unidade Móvel de Saúde de Macedo de Cavaleiros está a funcionar há cerca de meio ano e o saldo até agora é bastante positivo. A adesão da população a esta novidade tem sido grande, e neste momento a unidade já está na sua quarta volta ao concelho de Macedo de Cavaleiros. O grande objectivo é fazer chegar à população do município cuidados básicos de saúde, aos quais os populares eram obrigados a recorrer ao Centro de Saúde, muitas vezes sem qualquer tipo de transporte conveniente.
Esta foi a quarta unidade móvel do distrito de Bragança e possibilita às populações por onde passa, a medição da tensão arterial, do colesterol, da percentagem de açúcar no sangue, entre outras coisas.
Uma vez que a pirâmide etária da região é envelhecida, ou seja, com uma grande percentagem de idosos, é normal que sejam os anciãos a recorrer mais a este tipo de serviço. Segundo dados fornecidos pelo enfermeiro Brás, da Unidade Móvel de Saúde, até final de Maio, início do mês de Junho, passaram por este serviço cerca de sete mil utentes. 43% era população adulta com menos de 65 anos, 3% de jovens, e a maior fatia vai para os idosos, com uma percentagem que ronda os 54%. Em média recorrem a este serviço cerca de 1120 utentes, 26% de hipertensos, 11% de diabéticos, sendo que 60% são mulheres e 40 são homens.
Para além de um acompanhamento às populações, a Unidade Móvel de Saúde de Macedo de Cavaleiros realiza acções de formação sobre temáticas relacionadas com as doenças mais comuns e mais apresentadas nas consultas, como é o caso da Diabetes. Durante a quinta-feira, dia 7 de Julho, alunos de enfermagem do Instituto Jean Piaget estiveram em Castelãos e Cortiços para promover uma acção de formação junto da população, precisamente para explicar e dar a conhecer mais elementos sobre a diabetes.
Onze por cento dos cerca de sete mil utentes consultados na Unidade Móvel de Saúde de Macedo de Cavaleiros até ao mês de Junho, sofrem de diabetes. Pedro Mendonça, aluno do terceiro ano de enfermagem, começou por explicar a verdadeira origem do nome da doença, e de atribuir à má alimentação, ao tabaco, à obesidade e à hipertensão arterial a responsabilidade pelo aparecimento da doença.
Os sintomas começam pela fadiga, o aumento da vontade de urinar, a sede, o emagrecimento e o aumento de apetite. Podem ainda aparecer formigueiros, predisposição para infecções e dificuldade de cicatrização de feridas. Em casos mais extremos e descontrolados, a diabetes pode dar lugar à cegueira e à amputação dos membros inferiores, pois estes são os mais vulneráveis à doença, devido à congestionada circulação do sangue.
Mas, Pedro Mendonça frisou ainda também o problema da hipoglicémia. Não correm risco apenas aqueles que têm açúcar a mais no sangue, mas também os que têm a menos. Contudo, nestes casos os sintomas variam: suores, fome, tonturas, falta de concentração e visão dupla ou desfocada são os prenúncios mais comuns. A quem tem diabetes, aconselha-se mesmo o transporte no bolso de um pacote de açúcar para uma eventual situação de hipoglicémia. O segredo poderá passar por uma vigia rotinada e por uma alimentação diária equilibrada. Ao diabético recomenda-se a ingestão de carnes brancas, como o frango e o peru, evitar guisados, frito e assados, beber muita água e realizar uma caminhada diária de trinta minutos.
Miguel Midões [09-07-2005]
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