sexta-feira, 21 de janeiro de 2005

Jovem de 17 anos em e-mail dirigido ao Notícias do Nordeste interroga: Porque cortais tantas árvores, senhores?

Há assuntos que não podemos deixar em claro. A carta que recebemos hoje de uma jovem de 17 anos é a prova mais do que evidente de que deverá existir esperança no futuro, e que efectivamente as mentalidades dos mais novos estão cada vez mais imbuídas de preocupações de ordem ambiental. A carta de Joana Soares, com de 17 anos de idade e habitante de Macedo de Cavaleiros, é mais do que uma prova: é uma confiança de que o futuro deverá ser melhor. Face às preocupações desta jovem ambientalista, o Notícias do Nordeste não deixa passar a oportunidade de aqui apresentar o seu texto integralmente.
Joana Soares escreve assim:
“Desde que as árvores que estavam frente à farmácia central foram cortadas e ninguém reclamou, a autarquia macedense tem vindo a impor uma verdadeira política de “bota abaixo” relativamente a muitas árvores que enfeitavam e na torreira do sol de verão permitiam algum conforto a quem se deslocasse pela cidade.
Num pequeno apanhado que fiz por Macedo contei o derrube de mais de duas dezenas de árvores e arbustos que davam alguma alegria a este nosso burgo. Em frente ao mercado cortaram uma árvore, por sinal muito bonita, que aí se encontrava. Porquê?
Na avenida da estação derrubaram as árvores todas. Junto aos táxis da rua do Mercado derrubaram mais uma árvore e finalmente na alameda Nossa senhora de Fátima cortaram todas as árvores, arbustos e roseiras que aí se encontravam. Uma vergonha.
Sou ainda jovem, tenho 17 anos, e não me conformo com estas atitudes que estes senhores de responsabilidade tomam.
Na minha escola ensinam que as cidades se devem compor de espaços verdes, com muitas árvores que permitam o aumento da qualidade de vida. Mas a Câmara Municipal de Macedo, em actos incompreensíveis (porque as árvores também são vida !), cortam desenfreadamente as árvores que se lhes atravessam no caminho.
Mas que mal vos fizeram as árvores?
Que mal vos fez as cerejeiras selvagens que existiam ao fundo da rua onde vivo, e onde eu deleitava os meus olhos todas as primaveras? Porque as matastes?? Escrevo para o Notícias do Nordeste para denunciar esta situação.
Havia de haver responsabilidades sobre isto, porque as árvores são como as pessoas: só existem uma vez”.
[20-01-2005] Joana Soares

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