quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Doentes preocupados com o acesso aos medicamentos para tratar a Esclerose Múltipla

O tratamento adequado e o acesso aos medicamentos para a Esclerose Múltipla (EM) foram os principais temas do X Congresso Nacional da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM), que se realizou no dia 7 de dezembro no Auditório da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, como forma de comemoração do Dia Nacional da Pessoa com Esclerose Múltipla, assinalado a 4 de dezembro.

“O acesso ao medicamento é uma das áreas do tratamento da esclerose múltipla que mais nos preocupa. Existem no mercado seis medicamentos aprovados para a primeira linha de tratamento para a Esclerose Múltipla. No entanto, há cada vez mais hospitais do SNS que estão a privar um número considerável de doentes da medicação adequada, sem se atender às concretas prescrições dos médicos neurologistas assistentes. As razões apontadas são de política economicista relacionada com a aquisição do medicamento”, afirma Fátima Paiva, presidente da SPEM.

A dirigente acrescenta ainda que “acabam de ser aprovados na Europa e nos EUA vários medicamentos inovadores de primeira e segunda linha para tratar a esclerose múltipla e, perante a situação que vivemos atualmente, não sabemos quando é que os doentes portugueses poderão ter acesso a eles”.

Um tratamento adequado poderá evitar a progressão da doença até ao estado de incapacidade e inatividade em que se encontram 55,6% das pessoas que sofrem de Esclerose Múltipla em Portugal, a grande maioria devido a reformas compulsivas, segundo números apurados pelo estudo de empregabilidade realizado pela SPEM (acessível em www.spem.pt). Dos indivíduos inativos, 41,5% foi despedido ou reformou-se antecipadamente, 33,2% desistiu por falta de capacidade para trabalhar e 15,7% atingiu o limite de tempo de baixa por doença.

Os direitos e proteção social da pessoa com EM, a vida para além da doença crónica, a importância do estímulo cerebral, da psicologia positiva e da resiliência estão também em destaque neste X Congresso e serão debatidos por especialistas de áreas tão diversas como a economia da saúde, medicina, assistência social e psicologia.

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