O tratamento adequado e o acesso aos medicamentos para a
Esclerose Múltipla (EM) foram os principais temas do X Congresso
Nacional da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla (SPEM),
que se realizou no dia 7 de dezembro no
Auditório da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa,
como forma de comemoração do Dia Nacional da Pessoa com
Esclerose Múltipla, assinalado a 4 de dezembro.
“O acesso ao medicamento é uma das áreas do tratamento da
esclerose múltipla que mais nos preocupa. Existem no mercado
seis medicamentos aprovados para a primeira linha de tratamento
para a Esclerose Múltipla. No entanto, há cada vez mais hospitais
do SNS que estão a privar um número considerável de doentes da
medicação adequada, sem se atender às concretas prescrições
dos médicos neurologistas assistentes. As razões apontadas são
de política economicista relacionada com a aquisição do
medicamento”, afirma Fátima Paiva, presidente da SPEM.
A dirigente acrescenta ainda que “acabam de ser aprovados na
Europa e nos EUA vários medicamentos inovadores de primeira e
segunda linha para tratar a esclerose múltipla e, perante a
situação que vivemos atualmente, não sabemos quando é que os
doentes portugueses poderão ter acesso a eles”.
Um tratamento adequado poderá evitar a progressão da doença
até ao estado de incapacidade e inatividade em que se encontram
55,6% das pessoas que sofrem de Esclerose Múltipla em
Portugal, a grande maioria devido a reformas compulsivas,
segundo números apurados pelo estudo de empregabilidade
realizado pela SPEM (acessível em www.spem.pt). Dos indivíduos
inativos, 41,5% foi despedido ou reformou-se antecipadamente,
33,2% desistiu por falta de capacidade para trabalhar e 15,7%
atingiu o limite de tempo de baixa por doença.
Os direitos e proteção social da pessoa com EM, a vida para além
da doença crónica, a importância do estímulo cerebral, da
psicologia positiva e da resiliência estão também em destaque
neste X Congresso e serão debatidos por especialistas de áreas
tão diversas como a economia da saúde, medicina, assistência
social e psicologia.
Sem comentários:
Enviar um comentário