domingo, 4 de novembro de 2012

Com corte de 2,7 ME, Universidade de Trás-os-Montes prepara-se para ano negro

A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em Vila Real, prepara-se para um "ano negro" em 2013, em que vai contar com menos 2,7 milhões de euros no orçamento, afirmou hoje o reitor Carlos Sequeira.



No próximo ano, a academia transmontana vai dispor de um orçamento de 25,8 milhões de euros, o que significa, nas contas do reitor, um corte global de cerca de 10 por cento.

Isto apesar da verba inicialmente prevista ter sofrido um acréscimo de 1,9 milhões de euros por causa da reposição do subsídio de Natal. Só que, defende, para pagar o valor devido esta deveria ter sido corrigida para 2,4 milhões de euros. Neste momento, a UTAD já está a trabalhar no limite. Carlos Sequeira afirmou à agência Lusa que a academia funciona com 80 por cento do corpo docente que era necessário.

Para enfrentar os cortes, a universidade vai poupar no aquecimento, poderá reduzir o horário de funcionamento da biblioteca e do próprio campus, vai repensar a abertura aos sábados para as aulas de mestrado e, em termos de pessoal, deverá dispensar colaboradores que não pertençam ao quadro da instituição. "Pagamos salários e pouco mais", frisou. A UTAD conta com 535 docentes e 421 funcionários não docentes. Carlos Sequeira teme que tudo isto leve a uma "diminuição drástica" da qualidade do ensino.

O reitor quer ainda juntar-se ao "coro da universidade portuguesa" e espera a marcação de uma reunião com o secretário de Estado da tutela para alertar para a situação do ensino superior.

"Estamos no limiar e portanto e estou convicto que não teremos liquidez para funcionar em condições", sublinhou.

O responsável referiu ainda que a UTAD estava preparada para um corte de 2,5 por cento, que se previa no Documento de Estratégia Orçamental. "Isso, eu acomodava. Dez por cento vai ser impossível de acomodar", frisou. Carlos Sequeira prevê que 2013 seja um ano "absolutamente negro" e disse que o próximo ano letivo é que vai ser a "prova de fogo", pois é quando "a crise se vai revelar com maior expressão".

"Estou convencido que o Governo e a tutela prevejam isto e que durante a execução orçamental possa existir uma outra correção, nomeadamente para o caso de universidades do interior, como a nossa", salientou.

Este ano, a academia transmontana preencheu 85 por cento das 1365 vagas abertas para o primeiro ciclo, mas sofreu quase uma quebra para metade nas entradas para os segundos e terceiros ciclos, em que colocou cerca de 800 alunos.

A UTAD decidiu ainda manter propina nos 1000 euros, até porque cerca de 80 por cento alunos são deslocados e as famílias revelam cada vez mais dificuldades económicas. Apesar disso, Carlos Sequeira referiu ainda que a taxa de pagamento das propinas "tem sido boa", para o que também considera que contribui o seu fracionamento em oito prestações.

Depois, a universidade tem ainda um programa para alunos com maiores dificuldades que podem trabalhar na biblioteca ou nos refeitórios.
PLI // GC. Lusa/Fim

Fonte: Agência Lusa

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