A Sub-Região de Saúde de Bragança promoveu ontem, no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, um encontro que debateu as necessidades das famílias de crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE) do distrito de Bragança.
Esta iniciativa surge como veículo de difusão dos resultados alcançados com uma investigação realizada pela professora de educação especial Celmira Macedo.
A investigadora estudou as necessidades das famílias de crianças do distrito. Esta investigação implicou todos os Centros de Saúde e contou com o apoio da Sub-Região de Bragança.
O encontro pretendeu congregar os profissionais de saúde das equipas de Intervenção Directa do distrito e profissionais de outras áreas que roçam esta temática como a Segurança Social, a Educação e ainda os pais de crianças com NEE.
O estudo realizou-se entre 2006 e 2008 no âmbito de uma tese de doutoramento da Professora Celmira Macedo no distrito de Bragança, tendo sido possível identificar as necessidades das famílias de crianças com Necessidades Educativas Especiais. Emergiram desta investigação algumas conclusões que vieram alertar para as dificuldades que as famílias atravessam, resultando muitas vezes numa complexa crise emocional da família que se vê confrontada com a problemática de uma criança com necessidades especiais.
Para além da falta de informação, da frequente incapacidade para lidar com a situação e da escassez de recursos, as famílias revelaram ainda pouca satisfação com a rede de serviços sociais existentes na região. A inexistência de locais de reabilitação para as crianças e de associações de apoio às famílias, a falta de formação e informação sobre as NEE são carências que conduzem os pais destas crianças a uma “privação de qualidade de vida” e a uma situação de “fragilidade emocional” agravada, em muitos casos, pelos parcos meios económicos das famílias para procurar soluções alternativas
para a reabilitação dos seus filhos, como reforça Celmira Macedo.
Esta docente detectou estados preocupantes de “angústia familiar” derivados destas razões em 90% dos casos abrangidos pelo estudo.
Desde 2006 assistiu-se a uma evolução positiva: actualmente todos os centros de saúde dispõem de um conjunto de profissionais dos mais diferentes quadrantes, desde terapeutas da fala a psicólogos e a fisioterapeutas que se propõem colmatar algumas daquelas lacunas, estando a área da saúde mais atenta aos problemas destas famílias.
A melhoria das prestações familiares ao nível da segurança social e ainda a criação das Equipas de Intervenção Directa e respectivo reforço do envolvimento da educação traduziram-se, também, num salto qualitativo a este nível.
Por acreditar que estas famílias necessitavam de uma intervenção, tanto formativa como emocional, e no sentido de preencher algumas das lacunas identificadas, esta professora propôs-se realizar um círculo de acções de formação aos familiares das crianças com NEE em todos os concelhos do distrito, tendo-se alargado o âmbito também a técnicos de saúde, professores e comunidade em geral.
Esta investigação no terreno foi feita em parceria com a Sub-Região de Saúde de Bragança, que disponibilizou todos os Centros de Saúde para a realização das acções de formação.
Em algumas situações as autarquias foram também envolvidas pois entendeu-se que todos, enquanto comunidade educativa, têm o dever de garantir uma sociedade mais solidária e informada para a diferença.
As acções tiveram como objectivo específico sensibilizar a comunidade para as
questões da diferença e ao mesmo tempo, de uma forma simples, falar nas preocupações que as famílias enfrentam ao longo da vida, dando algumas pistas ou sugestões sobre as estratégias que poderão utilizar, de forma a garantir a qualidade de vida na família. Nas acções estiveram presentes famílias de crianças desde a intervenção precoce até ao final da escolaridade obrigatória.
Quanto aos profissionais de saúde e de educação foi possível promover uma sensibilização sobre a temática da sociedade inclusiva e reflectir sobre a sua
responsabilidade enquanto veículos promotores de inclusão para pessoas com
necessidades especiais.
O próximo passo proposto é a organização de grupos de apoio à família, com uma vertente de formação e de organização de sessões de terapia familiar. O objectivo é “intervir na área emocional destas famílias, dando indicadores de como podem viver a vida com optimismo e confiança”, sublinha Celmira Macedo.
“Num contexto familiar onde existem crianças com incapacidades, formar pais emocionalmente inteligentes será uma mais-valia para a criança, pois cuidar bem de si mesmos será o primeiro passo para cuidar bem dos filhos”, conclui a docente.
Esta iniciativa surge como veículo de difusão dos resultados alcançados com uma investigação realizada pela professora de educação especial Celmira Macedo.
A investigadora estudou as necessidades das famílias de crianças do distrito. Esta investigação implicou todos os Centros de Saúde e contou com o apoio da Sub-Região de Bragança.
O encontro pretendeu congregar os profissionais de saúde das equipas de Intervenção Directa do distrito e profissionais de outras áreas que roçam esta temática como a Segurança Social, a Educação e ainda os pais de crianças com NEE.
O estudo realizou-se entre 2006 e 2008 no âmbito de uma tese de doutoramento da Professora Celmira Macedo no distrito de Bragança, tendo sido possível identificar as necessidades das famílias de crianças com Necessidades Educativas Especiais. Emergiram desta investigação algumas conclusões que vieram alertar para as dificuldades que as famílias atravessam, resultando muitas vezes numa complexa crise emocional da família que se vê confrontada com a problemática de uma criança com necessidades especiais.
Para além da falta de informação, da frequente incapacidade para lidar com a situação e da escassez de recursos, as famílias revelaram ainda pouca satisfação com a rede de serviços sociais existentes na região. A inexistência de locais de reabilitação para as crianças e de associações de apoio às famílias, a falta de formação e informação sobre as NEE são carências que conduzem os pais destas crianças a uma “privação de qualidade de vida” e a uma situação de “fragilidade emocional” agravada, em muitos casos, pelos parcos meios económicos das famílias para procurar soluções alternativas
para a reabilitação dos seus filhos, como reforça Celmira Macedo.
Esta docente detectou estados preocupantes de “angústia familiar” derivados destas razões em 90% dos casos abrangidos pelo estudo.
Desde 2006 assistiu-se a uma evolução positiva: actualmente todos os centros de saúde dispõem de um conjunto de profissionais dos mais diferentes quadrantes, desde terapeutas da fala a psicólogos e a fisioterapeutas que se propõem colmatar algumas daquelas lacunas, estando a área da saúde mais atenta aos problemas destas famílias.
A melhoria das prestações familiares ao nível da segurança social e ainda a criação das Equipas de Intervenção Directa e respectivo reforço do envolvimento da educação traduziram-se, também, num salto qualitativo a este nível.
Por acreditar que estas famílias necessitavam de uma intervenção, tanto formativa como emocional, e no sentido de preencher algumas das lacunas identificadas, esta professora propôs-se realizar um círculo de acções de formação aos familiares das crianças com NEE em todos os concelhos do distrito, tendo-se alargado o âmbito também a técnicos de saúde, professores e comunidade em geral.
Esta investigação no terreno foi feita em parceria com a Sub-Região de Saúde de Bragança, que disponibilizou todos os Centros de Saúde para a realização das acções de formação.
Em algumas situações as autarquias foram também envolvidas pois entendeu-se que todos, enquanto comunidade educativa, têm o dever de garantir uma sociedade mais solidária e informada para a diferença.
As acções tiveram como objectivo específico sensibilizar a comunidade para as
questões da diferença e ao mesmo tempo, de uma forma simples, falar nas preocupações que as famílias enfrentam ao longo da vida, dando algumas pistas ou sugestões sobre as estratégias que poderão utilizar, de forma a garantir a qualidade de vida na família. Nas acções estiveram presentes famílias de crianças desde a intervenção precoce até ao final da escolaridade obrigatória.
Quanto aos profissionais de saúde e de educação foi possível promover uma sensibilização sobre a temática da sociedade inclusiva e reflectir sobre a sua
responsabilidade enquanto veículos promotores de inclusão para pessoas com
necessidades especiais.
O próximo passo proposto é a organização de grupos de apoio à família, com uma vertente de formação e de organização de sessões de terapia familiar. O objectivo é “intervir na área emocional destas famílias, dando indicadores de como podem viver a vida com optimismo e confiança”, sublinha Celmira Macedo.
“Num contexto familiar onde existem crianças com incapacidades, formar pais emocionalmente inteligentes será uma mais-valia para a criança, pois cuidar bem de si mesmos será o primeiro passo para cuidar bem dos filhos”, conclui a docente.
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