quinta-feira, 4 de janeiro de 2007

Lagar da cadeia de Izeda já não chega para encomendas

O Estabelecimento Prisional de Izeda dispõe de um lagar de azeite de prensas tradicional. O lagar existe há 40 anos e foi herdado de uma instituição ligada à inserção de menores com menos de 18 anos que existia em Izeda e que foi extinta.

Há dez anos foi reactivado e, anualmente, abre ao público para a campanha da azeitona durante dois meses. É o lagar mais antigo de Izeda ainda em laboração, não dispõe de linha contínua como a maioria dos que funcionam actualmente, mas é um dos mais procurados pois o método tradicional agrada aos transmontanos.

Apesar de velho, não deixa de cumprir as normas impostas pela Comunidade Europeia sobre o sector tendo sido feito um investimento superior aos 30 mil euros.

"Tivemos de reunir as condições impostas, porque todos os anos acrescentam mais qualquer coisa e nós temos de cumprir. Conseguimos fazer isso e nota-se a diferença", adiantou António Padrão ao JN.

A maioria do trabalho no lagar é desempenhado pelos reclusos, sob orientação de funcionários do estabelecimento prisional. Este ano, seis reclusos asseguram as várias tarefas. Mas, em caso de necessidade, são chamados mais seis. O trabalho no lagar é considerado "essencial" para a reinserção dos reclusos, "porque, em primeiro lugar, estão ocupados e, depois, conseguem, desta maneira, angariar dinheiro, que podem usar nas saídas precárias. Esta é, aliás, uma das maiores motivações para eles trabalharem", disse o ecarregado do lagar ao mesmo diário.

Os reclusos são escolhidos pela direcção do Estabelecimento Prisonal, mas nem todos aguentam o ritmo até às 22 horas "É um trabalho rotineiro, que exige continuidade", argumenta o funcionário.

Parte da azeitona provém dos terrenos da cadeia de Izeda, cuja produção se destina a consumo interno e à venda directa ao público, outra parte são clientes dos quais cerca de meia centena são utilizadores habituais a maioria destes clientes são de Izeda, mas também há muitos de aldeias vizinhas.

O uso do método quase artesanal faz com que o lagar tenha muita procura, aumentando esta de ano para ano, aliás, a procura dos serviços é tanta que os responsáveis se vêem obrigados a recusar clientes e a fazer marcações prévias, às vezes, de três semanas.

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