quinta-feira, 16 de junho de 2005

A luta dos professores continua

Ao todo são oito os sindicatos que se vão juntar numa frente sindical unida independente para fazer face às medidas governamentais que afectam os trabalhadores docentes e não docentes, que se encontram na função pública. Toda esta união de sindicatos esteve reunida na passada quinta-feira dia 9 de Junho e elaborou uma carta ao Primeiro-ministro. Aguardam uma resposta do governo. Mas, se tal não acontecer passam para a luta comum que pode passar pela greve do dia 21 a 23 de Junho, ou manifestações nacionais nos dias 17 e 23 do respectivo mês. Greves que coincidem com os exames nacionais do ensino secundário e que podem levar a uma paralisação dos mesmos.
A junção de todos os sindicatos tem por base a mesma posição em relação às medidas governamentais e à generalidade dos objectivos. Como refere Carlos Silvestre, presidente do Sindicato dos Professores Licenciados em Escolas Superiores e Universidades, SEPLEU, “a união serve para melhor defender os interesses da classe docente e deve-se à luta de uma plataforma comum”.
Da reunião resultou uma carta enviada ao Primeiro-ministro. Caso não haja resposta, esta frente sindical vai apoiar e estar presente em todas as greves parciais convocadas e em todas as manifestações. Apelam à Paz e à Concertação Social e dizem ainda que os professores não têm capacidades para assumir uma turma de crianças aos 65 anos de idade. Carlos Silvestre, compara o professor de Educação Física com o jogador de futebol. Aos 65, um futebolista também não teria condições de jogar futebol.
Os professores estão cansados de pagar pela crise social e revoltam-se contra as intenções do governo de José Sócrates de congelar a progressão na carreira, o aumento da idade da reforma e os cortes que vão ocorrer nos subsídios para o ensino especial e para os concelhos executivos. Quem também não escapa a esta saga de cortes são os estagiários que vêem desaparecer parte dos seus direitos, inclusive o ordenado que recebiam durante o período de estágio.
Miguel Midões [15-06-2005]

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