Um grupo de quatro psicólogos que acompanhou a trasladação do cemitério de Macedo de Cavaleiros, e mais quatro socorristas portugueses deverá partir nos próximos dias para a ilha de Sumatra, na Indonésia.
Os Psicólogos, que acompanharam também as trasladações da Aldeia da Luz acreditam que estas experiências poderão ser "muito úteis" para a missão asiática."Estamos preparados para o cheiro próprio da decomposição dos corpos e para prestar apoio psicológico a familiares das vítimas, antes e depois das exumações", referiu a psicóloga Susana Monteiro ao PÚBLICO. Contam também com outras experiências em situações de tragédia, como as cheias em Moçambique ou a queda da ponte de Entre-os-Rios.
Quanto ao grupo de socorristas, dele fazem parte dois socorristas-mergulhadores e dois de emergência médica. Os voluntários pertencem à Associação Portuguesa de Socorro Especializado e ao Centro de Informação e Investigação em Psicologia.
Quer os socorristas quer os psicólogos irão ficar alojados em tendas de campismo (que a própria equipa transportará de Portugal), na zona de Banda Aceh, a mais devastada pelo maremoto.
A sua permanência não deverá ser superior a 15 dias, uma vez que este é o período máximo dos vistos que a embaixada da Indonésia está a conceder. Foram feitos contactos com outros voluntários que já partiram para o terreno, no sentido de a sua acção ser coordenada.
Além de problemas com o financiamento da viagem, o grupo adivinha que as maiores dificuldades se prendem com a língua. Este problema coloca-se sobretudo com os psicólogos, cuja tarefa é dialogar com as "pessoas enlutadas" e criar com elas relações de confiança. Para contornar o problema estes técnicos contam com tradutores locais, "relativamente fáceis de encontrar", mas também com a ajuda de alguns acessórios. "Para comunicarmos com as crianças vamos levar folhas e lápis de cor", exemplificou Susana Monteiro.
[14-01-2005] Susana Magalhães
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