No dia em que se assinala a luta contra as hepatites, os especialistas alertam para a necessidade de diagnosticar e tratar a hepatite C, uma doença que custa mais de 70 milhões de euros por ano ao estado português, de acordo com um estudo apresentado recentemente.
Estima-se que existam no nosso país entre 100 a 150 mil portadores da doença, sendo que apenas 30% sabem que estão infectados e destes, 30% a 40% são tratados.
De acordo com o mesmo estudo, curar a doença pouparia cerca de 60 milhões de euros por ano, dado que se evitariam os custos associados às complicações da doença, nomeadamente cirrose hepática descompensada, cancro do fígado (carcinoma hepatocelular) e por vezes necessidade de transplante hepático.
Neste sentido, a Hepatite C é um importante problema de saúde pública: elevada probabilidade de evolução para a cronicidade e risco de cirrose e cancro do fígado. É uma doença que evolui quase sempre sem sintomas, o que explica que a maioria dos casos não esteja diagnosticada.
Segundo o Prof. Rui Tato Marinho, “há expressa carência de alocação eficiente de recursos (económicos e humanos) no sentido de melhorar a taxa de diagnóstico e a gestão eficiente das várias formas da doença incluindo o tratamento adequado, evitando desta forma a sua evolução para estadios mais avançados e mais onerosos.
A hepatite C é passível de cura em cerca de 70% dos casos.
Um programa nacional de prevenção e diagnóstico na área das doenças hepáticas incluindo a hepatite C é assim premente, e este problema deve ser reconhecido nas várias vertentes da sociedade portuguesa: população geral, profissionais de saúde e decisores políticos”.
A mesma investigação conclui que do total de mortes por cirrose hepática e carcinoma hepatocelular em Portugal, 20% e 50%, respetivamente, sejam devidas ao vírus da Hepatite C (VHC). Paralelamente, estes estadios, cirrose hepática descompensada, carcinoma hepatocelular e necessidade de transplante hepático, são os que envolvem maiores custos associados ao consumo de recursos em saúde, 11.000 € e 17.000 €/doente/ano, respetivamente.
No caso de necessidade de transplante de fígado o custo supera os 100 mil euros por doente.
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