segunda-feira, 31 de março de 2008

Mirandela:110 milhões de euros na arrecadação

Em 2002 foi inaugurado em Mirandela um Centro de Rastreio de Cancro do Cólon (CRCC), um projecto que surgiu da cooperação entre a Liga dos Amigos do Hospital de Mirandela, Hospital de Mirandela, Câmara Municipal de Mirandela, Santa Casa da Misericórdia de Mirandela e Administração Regional de Saúde do Norte (ARS).

Este serviço funcionou durante um curto espaço de tempo, o tempo suficiente para num universo de 400 pessoas rastreadas serem diagnosticados cinco cancros do cólon.

Apesar da óbvia utilidade deste serviço, ele foi encerrado passado pouco tempo da sua inauguração e o material entretanto recebido para equipar o CRCC de Mirandela foi empacotado e colocado numa arrecadação das instalações da Santa Casa da Misericórdia desta cidade.

Há mais de três anos que esta instituição se vê confrontada com a situação, e é o órgão informativo institucional, Voz das Misericórdias, que na sua edição de Março denuncia o insólito vivido dentro de portas.

Segundo este mensal, o projecto apresentado em 2002 orçou os 110 milhões de euros e destinava-se a assegurar exames gratuitos aos utentes da região. Contudo, o dinheiro gasto com o equipamento informático e toda a tecnologia indispensável à realização do rastreio ainda não teve grande utilidade pública.

A razão desta anormal realidade, cujo projecto inicial custou aos cofres do estado um avultado valor, reside no incumprimento de um protocolo conjunto entre a ARS do Norte e as instituições de solidariedade social locais. Segundo a “Voz das Misericórdias”, o estado escusou-se da comparticipação monetária para a realização dos exames de diagnóstico precoce, e sem meios financeiros para funcionar o serviço acabou por ser encerrado.

O rastreio do cancro do cólon é de inegável necessidade para a região transmontana, mas foi encerrado devido ao incumprimento do estado que deixou de entrar com as verbas protocoladas através de um acordo interinstitucional.

Os 110 milhões de euros que custearam o projecto que agora não tem qualquer proveito social, foi co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) através do programa de incentivos Saúde XXI.

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