segunda-feira, 21 de maio de 2012

Extremos de disciplina e liberdade provocam danos contínuos na criança

Nuno Cristiano de Sousa, psicólogo e psicoterapeuta e autor do portal pela saúde mental Cogitando, alerta os pais para a influência que o tipo de educação dada pode ter na vida dos filhos. A confusão entre disciplina e agressão, mesmo não sendo física, ou a passividade com que se assiste, por exemplo, à violência entre irmãos, são dois dos extremos mais observados e para os quais é necessária uma atenção redobrada.

De acordo com o especialista, “a ameaça de violência gratuita oferecida aos filhos quando eles simplesmente cumprem o seu papel de crianças, cada vez mais observável em público e resultante de uma reação provocada por uma falta de paciência ou sensibilidade para lidar com as mais variadas situações em que colocam os pais, influencia, de forma significativa, quer a relação entre ambos, quer o próprio modo como a criança pensa sobre ela mesma”.

A utilização de expressões de conotação negativa, ainda que não revelem um comportamento, mas apenas uma reação emotiva, tem um alcance para além daquilo que é dito, passando para a esfera do que é sentido e apreendido pela criança. Ora passam a considerar-se um fardo para os pais, ora sentem que não é possível serem genuínas e autênticas, mas contidas e retraídas na sua personalidade e individualidade.

Por outro lado, Nuno Cristiano de Sousa explica ainda que um desligamento, desresponsabilização e afastamento opostos às situações anteriores, poderão ser igualmente prejudiciais. “Ser um agente ativo na dinâmica violenta com a criança é tão danoso quanto assumir a condição de mero participante no desenrolar de momentos de violência entre irmãos. Dar liberdade aos filhos é uma atitude que, se praticada em demasia, atravessa a linha do abandono”.

Notícia fornecida por Guess What PR

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